terça-feira, 26 de abril de 2011

Os sete saberes necessários à educação do futuro

Os sete saberes necessários à educação do futuro
Através do estudo de “Os sete saberes necessários à educação do futuro” de Edgar Morin, podemos dizer que, todos os saberes explanados dizem respeito às sete lacunas encontradas na educação atual e que, infelizmente ainda são ignorados ou fragmentados pelas políticas educacionais. Políticas essas que, em minha opinião, deveriam estar mais preocupadas com a formação dos jovens de hoje que serão os cidadãos de amanhã.
A primeira lacuna é a do Conhecimento. Normalmente todo ensino oferece os saberes, que são os conhecimentos. Mas, muitas vezes, esse conhecimento é transmitido de forma equivocada e faz com que as pessoas se percam entre a realidade e a ilusão.
O motivo desta “confusão” causada pela falha ao se transmitir o conhecimento se dá pelo fato de que ele não é reflexo da realidade. O conhecimento é apenas uma tradução da realidade e, conforme Edgar Morin “toda tradução comporta o risco de erro”.
As diferenças culturais e sociais também são responsáveis por alguns equívocos ao se transmitir conhecimento porque cada cultura e/ou sociedade acredita que seus ideais são os mais corretos e, esse tipo de pensamento acaba gerando conceitos pré-estabelecidos e tudo o que foge a norma estabelecida é considerado errado e acaba sendo ridicularizado e tratado como patologia.
A segunda lacuna, o Conhecimento Pertinente nos faz refletir sobre a prática de ensinar levando em conta apenas o ensino disciplinar. O ensino deve estar contextualizado para se alcançar um conhecimento que realmente tenha relação com a realidade e Pascal já dizia no século XVII: "não se pode conhecer as partes sem conhecer o todo, nem conhecer o todo sem conhecer as partes".
Temos também a Identidade Humana que, se observarmos, veremos que é totalmente desmerecida para o ensino.
A realidade social da qual fazemos parte, nossos costumes e a cultura da sociedade na qual estamos inseridos fazem parte de nós, mas não fazem parte do conhecimento.
A Compreensão Humana é um saber que busca ensinar sobre como
podemos compreender uns aos outros. Mas para compreender a dor de alguém é necessário saber o que significa compaixão “sofrer junto”.
O grande problema é que não se ensina a compreensão, a compaixão e outros mais e, o resultado disto é que a sociedade está cada dia mais individualista, indiferente e egoísta.
A incerteza em relação à educação é apresentada através dos muitos acontecimentos inesperados que ocorreram no decorrer da história e, do preparo da consciência para as futuras tomadas de decisão, levando em conta o risco de imprevistos acontecerem. Ou seja, na vida, assim como na ciência e demais áreas afins, não temos certeza de quase nada a não ser a de que fatos inesperados podem acontecer a qualquer momento e precisamos estar preparados para lidar com eles.
A Condição Planetária, o sexto aspecto a ser abordado está direcionado á globalização no século XX.
Na atualidade, diante da complexidade e da aceleração pela qual o mundo vem passando, é imprescindível focar o ensino nos problemas atuais do planeta terra de forma a levar a compreensão de que todos os problemas ecológicos, nucleares, alimentares. Hidrográficos e outros estão interligados e fazem parte da condição do nosso planeta. Não importa a cultura, religião, credo, raça ou cor, todos correm os mesmos riscos e, se não houver um alerta de mudança comportamental social, um fim para toda a humanidade estará por vir.
Para concluir os sete saberes entraremos agora no que Edgar Morin chama de antropo-ético, porque, através desta visão, a moral e a ética são abordadas de maneiras distintas, de acordo com a cultura em que estão inseridas, mas o ser humano tem autonomia para agir, assumindo as conseqüências, quer sejam positivas ou negativas, pelos seus atos.
Este aspecto antropo-ético abrange a questão democrática onde o cidadão tem direto de ir e vir, mas tem também que compreender que ele tem um papel de responsabilidade social.
Resumindo, os sete saberes necessários ao ensino não devem ser encarados com um projeto de modificação do atual ensino nem da exclusão das disciplinas e sim, um alerta para a junção delas com o objetivo de abordar a terra e seus problemas, como um todo e não de forma fragmentada e, que leve o ser humano a vê-la por completo e não dividida em disciplinas que, não fazem sentido se não pensamos no todo.
O saber escolhido para fundamentarmos nossos estudos foi o terceiro, que se refere a Identidade Humana. Assim sendo, precisamos, antes de qualquer coisa, compreender que somos indivíduos mais que culturais - somos psíquicos, físicos, míticos, biológicos e outros. Somos ao mesmo tempo seres cósmicos e terrestres.
O ser humano só se completa pela cultura. Não existe cultura sem cérebro humano nem capacidade de consciência e de pensamento sem cultura.
A educação do futuro devera cuidar para que a ideia de unidade da espécie humana não seja vista como destrutiva para a diversidade e que a diversidade não destrua a unidade. O humem traz geneticamente o perfil da espécie humana que reflete geneticamente na singularidade de sua anatomia e fisiologia mas é a cultura quem mantém a identidade humana; a cultura mantêm a identidade social.
Concluindo, um dos objetivos principais da educação do futuro será o estudo da complexidade humana, o estudo da identidade humana.

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